quarta-feira, 26 de agosto de 2009

COMPORTAMENTO DO ÓLEO NO MAR E SEU COMBATE


No combate a emergências ambientais de derrame de óleo no mar, deve-se levar sempre em conta os fatores que vão ocasionar o intemperismo do óleo vazado.

O intemperismo do óleo consiste na combinação de processos físicos, químicos e biológicos, inicia-se imediatamente após o derrame e processa-se a taxas variáveis. Sua eficiência depende das condições da água do mar, como pH, temperatura, correntes e salinidade, do clima, tais como umidade e incidência de radiação solar, da presença de bactérias e materiais particulados suspensos na água, além das propriedades físico-quimícas do óleo derramado, tais como composição química, estado físico, densidade, viscosidade, solubilidade, temperatura, teor de oxigênio. A taxa do processo não é constante, sendo mais efetiva nos primeiros períodos do derrame (CETESB, 2004).

Os efeitos do meio ambiente no petróleo e seus refinados afetam em primeiro lugar as características físicas do produto (densidade, viscosidade, ponto de escoamento, solubilidade) sem alterar a natureza química dos componentes. Ocorrem processos de espalhamento do produto derramado e evaporação dos componentes leves, seguidos da dissolução das frações solúveis, emulsificação decorrente do hidrodinamismo e sedimentação por aderência de partículas suspensas na coluna d’água (Silva, 2004).

Existem também outros processos influentes, porém mais lentos, que alteram as propriedades químicas dos componentes, como a oxidação ou fotoquímica microbiana, que podem se estender por meses a anos atuando sobre o produto já envelhecido.

O agito das águas, oriundo dos efeitos das correntes e dos ventos também é considerável e estes passam a influir até mesmo na faina decorrente do vazamento. As limitações dos equipamentos de combate a emergências oriundas do vazamento óleo no mar podem ocasionar até mesmo a adoção da estratégia de apenas monitorar a mancha e atuar quando da melhoria das condições climáticas ou adoção da metodologia de atuar apenas na remediação de seus efeitos ao atingir a costa.

Conhecer as condições meteoceanográficas e os equipamentos de combate disponíveis pode garantir uma ação efetiva, sem prejuízos aos equipamentos e com resultados satisfatórios. As previsões climáticas podem auxiliar na hora de descidir o molhor momento de agir ou justificar a não tomada de uma ação de um custo muito alto.

Imagine que ao aguardar o momento certo, você pode estar garantindo que não vai quebrar seu equipamento antes de poder atuar e que ele vai poder estar pronto para entrar em ação quando necessário.

Cesar Costa
Supervisor de Estratégia de Resposta da HDG Serviços Ambientais

Nenhum comentário: