sábado, 17 de julho de 2010

REGRAS PARA AS MANOBRAS COM A EMBARCAÇÃO

As equipes de defesa ambiental devem tomar todos os cuidados para realizar manobras com embarcações:

1. Colocar a embarcação na água
• Colocar EPIs necessários e os coletes salva-vidas;


2. Embarcar
• Nos casos de deslocamento em rios, preocupar-se com a correnteza;
• O equipamento somente deverá ser ligado com o calado mínimo da embarcação;
• Em todos os momentos de reportar as ações e agir mediante comando, não esquecendo de levar o rádio comunicador;
• Para deslocar-se, o operador deverá questionar ao tripulante se o mesmo está “pronto”;


3. Posicionar-se na embarcação
• Sentar na embarcação de forma segura e confortável;
• O tripulante deverá se manter seguro na popa e atender a todas as solicitações do operador. O operador deverá ter sua atenção voltada para a segurança no interior da embarcação e nos obstáculos externos no caminho ao local de risco;
• Manter os pés no piso antiderrapante da embarcação.


4. Manter a embarcação perpendicular às ondas
• Navegar na perpendicular em relação ao sentido do deslocamento e quebração das ondas (quando houver), nunca dando o bordo para a onda;
• Durante a navegação, verificar materiais que possam danificar o equipamento (troncos, sacos plásticos, etc.), outras embarcações, condições do mar, ondas, etc;


5. Esperar o remanso das ondas
• Atenção e cuidado com o banhista, sendo preferível a entrada em local com mais ondas e menos banhistas;
• Atenção ao vencer a zona de arrebentação, deve procurar atravessá-la quando estiver no remanso, acelerando nos períodos e cortando o seguimento em sua base;


6. Manobrar defensivamente.
• Numa seqüência de ondas e arrebentações, deverá guinar 180º e retornar no sentido da terra, até que a onda quebre e seja possível fazer nova tentativa, se o período estiver curto e não permitir tal manobra, o operador deverá cortar o seguimento e deixar a onda quebrar sobre a embarcação, alertando ao tripulante;
• É mais seguro romper as ondas antes ou após a sua precipitação (quebração), isto nem sempre será possível;


7. Manter a embarcação no cavado da onda
• Do mesmo modo que procedeu durante a entrada, deverá acelerar a embarcação em uma velocidade compatível ao das ondas, no sentido da terra, mantendo o equipamento entre duas ondas (período);
• Não deverá acelerar demais evitando ultrapassar a onda em sua frente, nem tampouco manter uma marcha lenta evitando também ser alcançado pela onda de trás, mantendo a embarcação perpendicular ao sentido do deslocamento e quebração das ondas (quando houver), nunca dando o bordo;


8. Direcionar a embarcação para um local seguro na areia
• Em operação normal ao atingir um espelho de água de 1,00m, deverá desligar o motor através do botão de STOP ignição (evitar o cordão da chave de segurança-corta-corrente);
• O operador conduzirá a embarcação ligada até um espelho de água correspondente a 0,50 m, repetindo o restante da operação acima;


9. Desembarcar da embarcação
• Em operação normal após cortar o seguimento, o tripulante desembarcará pelo bordo de onde vêm a correnteza e segurará a embarcação pela defensa lateral. Em seguida, o operador desembarcará pelo mesmo bordo e segurará na proa;


10. Retirar a Embarcação
• O operador permanecerá segurando a embarcação pela proa, enquanto o tripulante irá buscar a carreta;
• Ao entrar com a carreta na água, até uma profundidade de 0,50 m o operador irá novamente guinar a embarcação voltando a proa para a terra, conduzirá a mesma até a carreta;
• Ao colocar sua proa sobre a traseira da carreta, deverá prender a fita de proa na embarcação;
• Ao prender a fita na proa, o tripulante começará a enrolar a carretilha, fazendo a embarcação subir na carreta, enquanto abaixa seu eixo gradualmente.


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LANÇAMENTO DAS BARREIRAS



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Efeito de Maré
Em toda região costeira ou de estuário, mudanças na direção da corrente devido aos efeitos da maré podem ser esperadas em um ciclo regular. É importante reconhecer este fato, para realizar o planejamento correto do posicionamento das formações.
Uma formação de barreiras, quando estiver posicionada, normalmente é efetiva para coletar ou desviar o produto vazado somente quando este se dirige para uma direção especifica. Formações adicionais podem ser posicionadas, levando em conta a mudança de direção de corrente gerada pela variação de maré.
Âncoras ou poitas devem ser bem posicionadas em todas as formações, de forma que as barreiras permaneçam aproximadamente fixas na mesma posição, independentemente da direção da corrente. Isto assegurará que o mínimo prejuízo seja causado à barreira pelo atrito ou desgaste sobre rochas etc. e evitando que a barreira puxe suas âncoras.
Efeito das Ondas
As ondas têm um papel importante na eficiência de uma formação de barreiras. Tanto a altura quanto a freqüência das ondas podem influenciar no lançamento das barreiras e na efetividade da formação, devendo ser levadas em consideração para estimar se as barreiras vão conseguir conter ou direcionar o produto vazado.
Inevitavelmente cada caso deve ser avaliado singularmente, uma vez que as barreiras são construídas com grande variedade de formas e materiais, sendo difícil estabelecer regras definitivas e fixas para todos os casos. No entanto os seguintes comentários gerais podem ser observados na maioria dos casos:
Ondas longas – Indicado o uso de barreiras flexíveis, estas não deverão ter muitos problemas a não ser que as ondas sejam excessivamente altas.
Ondas médias – Indicado o uso de barreiras não muito flexíveis, existindo uma chance real de que ocorram pontos de passagem, quando as ondas tiverem alturas significativas, acima de 3 metros, podendo o produto vazado passar por debaixo da barreira.
Ondas curtas – Estas ocorrem em águas restritas ou após ondas maiores em águas abertas, através de ventos locais. Elas podem causam turbulências excessivas no ápice de uma barreira e com a ajuda do vento, podendo resultar que o óleo seja borrifado por cima da barreira.
Lançamento
O lançamento das barreiras não é uma operação simples. É essencial que a lançamento seja executada de uma forma lógica e bem organizada, primeiramente para facilitar o trabalho, e segundo, e mais importante, para evitar dano à barreira durante seu posicionamento.
Devemos seguir algumas diretrizes que podem ajudar a lançar uma barreira com o mínimo esforço e sem nenhum dano.
Antes que a barreira seja lançada, o comprimento aproximado requerido deverá ser estimado e pré-montado, o mais completo possível, seja em terra ou a bordo de uma embarcação.
Uma vez que a barreira estiver lançada, pode ser rebocada e colocada em novas posições pela embarcação. Sua posição final deve ser ajustada, jogando âncoras apropriadas. Quando nenhum ponto de âncora estiver disponível, tentativas e erros devem ser realizadas até determinar as posições corretas das âncoras.
Para evitar o embaraçamento nos cabos das âncoras devido ao movimento das ondas, eles deverão ter três vezes a altura da profundidade da água.
No local onde a barreira estiver sendo utilizada para coletar o produto vazado ou para proteger uma área sensível, todo o cuidado deverá ser tomado para assegurar que o bloqueio da praia seja bem feito de forma que o produto vazado não possa passar. Isto é um problema particularmente difícil nos períodos de marés vazantes ou enchentes, especialmente, quando o fundo é rochoso ou cheio de blocos de pedras. O uso de uma barreira especial para bloqueio das praias pode ser recomendado nestas situações especificas.
Muito tempo pode ser salvo com algum planejamento prévio das áreas que necessitam de formações de barreiras, por serem sensíveis e necessitarem de proteção ou por serem excelentes pontos de recolhimento. Pontos de ancoragem bem posicionados vão acelerar o lançamento e levando adiante, é possível posicionar uma barreira do comprimento correto com todas as suas cordas de ancoragem já cortadas, na vizinhança do local.
Manutenção das formações de barreiras
Uma vez que a formação de barreiras tenha sido devidamente lançada, é importante que seja feita sua manutenção regularmente.
Os movimentos contínuos gerado pelo movimento das correntes e dos ventos podem resultar em desgaste e fadiga dos que compõem as barreiras e os sistemas de ancoragem. Onde existem fortes correntes, o arraste das âncoras é sempre um problema a ser observado pelos operadores.
Este desgaste pode significar na remoção de sua posição ideal, podendo danificar ou até mesmo destruir totalmente o equipamento.
A seguir algumas observações importantes que devem ser examinadas regularmente, assegurando que as formações permaneçam intactas e continuem operando de forma eficiente.
a. Quanto ao uso e o desgaste das barreiras
Checagem regular para constatar possíveis danos a:
I. Compartimentos flutuantes, válvulas e tampas de válvulas.
II. Juntas da barreira
III. Acoplamentos de contrapesos
IV. Pontos de ancoragem
V. Seções que estejam expostas a altas velocidades de corrente
b. Quanto ao desgaste das âncoras
Onde possível, todos os cabos das âncoras devem ser verificados quanto ao desgaste excessivo e possíveis danos ocasionais. O posicionamento das âncoras deve ser verificado e as correções sempre que necessário devem ser realizadas, caso ocorram irregularidades no posicionamento da formação.
c. Quanto à intensidade das Correntes
Operadores deverão estar atentos sobre as mudanças na velocidade das correntes e na direção, o que pode resultar na total ineficiência da formação ou na perda do produto vazado retido na mesma.
d. Quanto a resíduos flutuantes
Sempre que possível, verificar a existência de resíduos flutuantes que possam causar danos às barreiras, devendo ser removidos para não ocasionar ruptura no tecido da barreira ou impedir o recolhimento.

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sábado, 3 de julho de 2010

LIMPEZA DE UMA ÁREA ATINGIDA


Como é a limpeza de uma área atingida por vazamento de petróleo?
por Rodrigo Ratier da Revista Mundo Estranho

Quando escapa óleo de um navio petroleiro, de um oleoduto ou de uma plataforma de exploração, as equipes de limpeza tentam agir rápido. Para diminuir o impacto do acidente, elas atuam de duas maneiras: primeiro, cercando a mancha de óleo para evitar que o vazamento se espalhe. Segundo, iniciando a recuperação da área. No final, o óleo recolhido é separado da água ou da areia e, depois de processado, pode até ser usado de novo. Mesmo que seja cercada de cuidados, a exploração de petróleo é considerada uma atividade de alto risco ambiental. Os acidentes ainda são constantes: apenas nos Estados Unidos, cerca de 14 mil derramamentos são registrados a cada ano. No Brasil, um dos mais graves foi o acidente na baía de Guanabara, em janeiro de 2000, quando um duto se rompeu e lançou ao mar 1,3 milhão de litros de petróleo, afetando dezenas de quilômetros de manguezal. Depois desse acidente, a Petrobras, empresa que controla a maior parte do mercado de petróleo do país, investiu cerca de 5 bilhões de reais em segurança, reduzindo o volume de vazamentos de quase 6 milhões de litros em 2000 para 250 mil litros em 2003. "Os 7 mil quilômetros da malha principal de oleodutos têm controle automático, que interrompe o transporte de produtos quando há falhas. Também criamos nove centros de defesa ambiental, com equipes de 19 técnicos de plantão para combater vazamentos", diz o engenheiro Jayme de Seta Filho, da Petrobras. As entidades ambientalistas reconhecem os avanços, mas indicam que os vazamentos são só um dos problemas do uso do petróleo como combustível. "A exploração de óleo e gás traz impactos ao meio ambiente em todas as suas fases, do mapeamento ao transporte final. É preciso prevenir acidentes e preservar áreas ecologicamente sensíveis à retirada do produto", afirma o ambientalista Guilherme Fraga Dutra, da ONG Conservation International.

Corrida contra o tempo

Rapidez é fundamental para conter o derramamento e retirar a sujeira do mar
1. Quando ocorre um vazamento, a primeira ação das equipes de limpeza é tentar diminuir o estrago do acidente. Para isso, os técnicos usam barreiras flutuantes que cercam a mancha de óleo na direção contrária aos ventos e correntes marítimas. Além de conter o vazamento, as barreiras tornam o óleo mais concentrado, facilitando a remoção da mancha e barrando a entrada da sujeira em regiões de preservação, como mangues e corais
2. A etapa seguinte é a retirada do produto que vazou. Como óleo e água têm densidades diferentes e não se misturam, o líquido derramado geralmente forma uma mancha de poucos centímetros de espessura na superfície. Para removê-la, entram em ação barcos recolhedores, com esteiras mecânicas aderentes que extraem o óleo do mar, despejando-o em dois tanques com 4 mil litros de capacidade
3. Quando os recolhedores já retiraram boa parte do óleo e a mancha está menos espessa, os técnicos lançam na água substâncias químicas, chamadas de dispersantes, que quebram a mancha de óleo em partes menores, facilitando o trabalho das bactérias do mar que degradam naturalmente o petróleo. Como alguns desses produtos podem ser tóxicos à fauna e à flora, seu uso só é permitido com autorização dos órgãos ambientais

RESGATE ANIMAL
No salvamento dos bichos, a ação começa na própria praia. Primeiro, os biólogos utilizam panos para retirar o óleo mais grosso. Depois, os animais são levados para contêineres onde recebem banhos com água morna e detergentes. Em seguida, eles são medicados com uma aplicação de carvão ativado, que consegue diminuir a absorção de petróleo pelo organismo, e passam por um período de repouso antes de serem devolvidos à natureza

CHAMAS CONTROLADAS
Uma forma mais radical de remover a sujeira é atear fogo à mancha de petróleo. O incêndio, porém, é calculado: uma barreira inflável com um revestimento à prova de chamas confina a mancha e consegue resistir à queima do óleo na água. A prática é proibida no Brasil, mas faz parte do combate em países como os Estados Unidos, quando a recuperação do óleo é difícil e o fogaréu é considerado seguro - geralmente, longe da costa

TRINCHEIRA DUPLA
Dois tipos de barreiras são usadas nos vazamentos. A primeira, de contenção, é formada por flutuadores de plástico revestidos por uma lona impermeável. A outra, de absorção, é feita de polipropileno, um material poroso derivado do petróleo capaz de sugar o líquido do mar. Para dar uma idéia, cada 3 metros de barreira absorvem 70 litros de óleo

DE GRÃO EM GRÃO
Para recuperar as praias, as equipes de limpeza dispõem de aspiradores que sugam a areia suja para dentro de um barril. Quando não há esse aparelho, o mais comum é raspar a areia com rodos, retirando a sujeira aos poucos. As duas técnicas prejudicam menos o meio ambiente que a raspagem feita por tratores, que mata os microorganismos da praia

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O MONITORAMENTO AÉREO/ORBITAL


O Monitoramento Aéreo/Orbital tem como principais metas detectar, investigar, reunir evidências e monitorar ocorrências ambientais relacionadas à derrames de óleo, bem como fenômenos ambientais que apresentam resposta semelhante às do óleo nas imagens de satélite e nas observações aéreas. Os principais objetivos desta atividade são:

Prover monitoramento sistemático nas áreas ou rotas com maior probabilidade de acidentes ambientais;todas as ocorrências detectadas nas imagens de satélite e/ou denunciadas, e/ou detectadas visualmente, identificando a fonte e a causa, quando possível;as coordenadas geográficas da ocorrência estimando a área, a composição e o volume;a tendência de deslocamento do óleo;as mudanças observadas na aparência e distribuição do óleo durante a ocorrência;a atuação das embarcações durante as ações de combate procurando assegurar a eficiência das operações de limpeza; registrar e reportar as ações de resposta adotadas, e; as coordenadas geográficas e descrever ocorrências ambientais diversas quando detectadas durante os sobrevoos, tais como florescimento de algas e presença de animais marinhos.

Não existe um padrão definido sobre a melhor maneira de sobrevoar uma ocorrência ambiental, a altitude, velocidade e direção de voo dependerão das condições climáticas presentes, da dimensão e intensidade da ocorrência monitorada.


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segunda-feira, 26 de abril de 2010

DEFINIÇÃO DOS ESTUDOS TEMÁTICOS



Esta atividade parte de uma avaliação prévia dos impactos ambientais do cenário em estudo, identificando os aspectos socioambientais que tem influência e em que grau de profundidade, para que o conhecimento possa auxiliar na elaboração de uma estratégia de resposta. Ela deve levar ao conhecimento dos impactos ambientais que podem, teoricamente, apresentar obstáculos no rumo ao objetivo esperado, seja ele de contenção, recolhimento, proteção ou mesmo limpeza da área. Deve estabelecer uma rede simples de efeitos que se acumulam entre as técnicas a serem adotadas e as características do meio onde serão praticadas.
Esta atividade, que é uma seqüência da primeira fase, ao elaborar uma matriz preliminar de impactos ambientais de local do cenário em estudo, gerando uma primeira listagem dos temas indispensáveis, sendo realizada através de pesquisas realizadas pela equipe técnica, buscando aprofundar a pertinência dos temas pré-selecionados. Definindo o escopo de cada estudo temático e determinando a viabilidade de obtenção de informações, podendo gerar as devidas reformulações. Deverá ser dada especial atenção à adequação das informações a serem levantadas às necessidades do Modelo de Simulação de Cenários e a Base de Dados Georeferenciada.
De forma preliminar, foi estabelecido o escopo mínimo para cada área temática, conforme apresentado a seguir.

Estudo da Localização

Estudos de localização dos cenários exigem o conhecimento da distribuição geográfica da região. Essa distribuição é tipicamente anárquica, pois dependem de padrões ambientais, urbanísticos e condicionantes econômicos, culturais, políticos e topográficos reinantes em cada região. Para facilitar estudos analíticos, a simplificação mais freqüente consiste em descriminar a região de acordo com os graus de sensibilidade, que são pequenas unidades geográficas definidas pelas cartas SAO. Nas áreas de influência, cada setor consiste em trechos com sensibilidade semelhante, de modo que os técnicos consigam identificá-las e coletar as informações. Para cada segmento, dados sociais e ambientais são pesquisados, incluindo as forças de influência para a estratégia, padrões de comportamento sazonais e diversos outros indicadores.
Elemento básico da análise é a área de influência de cada cenário. Essas áreas podem ser determinadas por diversos métodos, como os círculos concêntricos, que seriam os mais intuitivos, o diagrama de Voronoi, o método da bolha, que corresponderia aos círculos concêntricos, mas sem interseções, a p-mediana e assim por diante.
A experiência tem mostrado que estudos sobre localização dos cenários devem ser decompostos em duas fases, a saber:
1) Avaliação da localização do cenário; e
2) Análise da localização evolutiva (deriva) da mancha.
A primeira fase, avaliação da localização atual consiste basicamente em tomar os cenários e identificar suas respectivas áreas, ou seja, as áreas em que, pelo critério regional, eles estão situados. Com isso, é conhecida a presente característica de cada cenário, pode-se comparar a demanda logística para atendimento com a capacidade necessária.
Quanto à segunda parte do estudo, a localização evolutiva da mancha, ela é obtida pela análise das forças de influência do local, somada ao comportamento do produto vazado. Entretanto, a experiência sugere que, além do material acadêmico que possa ser adquirido a respeito das forças de influência do local do cenário em estudo, a análise da evolução leve em conta informações dos profissionais que atuam ou tem alguma experiência de atuação no local do cenário. Naturalmente, o estudo permite diagnosticar se o comportamento esperado da mancha corresponde à estratégia prevista para atuação.
Cabe ressaltar que, para efeitos estratégicos, a proposta de evolução da mancha inclui procedimentos para conciliá-la com a estratégia de primeira resposta existente, não ignorando seus efeitos em cadeia, com os danos a serem causados em sua evolução. Esse procedimento de análise passa da seguinte forma: a localização evolutiva produz algumas zonas de abrangência, ou segmentos para atendimento. Alguns desses segmentos podem já conter um ou mais estratagemas previstos com atividades conhecidas, sugerindo que a atividade conjunta seja entendida como a estratégia daquele segmento. A partir daí, o mesmo estratagema pode ser usado para atender as áreas com igual grau de sensibilidade em segmentos diferenciados.
Com as considerações acima, a metodologia desenvolvida, incluindo a fase de avaliação do cenário e de segmentação, é constituída por seis passos. Esses estão descritos abaixo e, logo após, sucedidos por comentários decorrentes de seu uso prático.

Estudos da Caracterização da Área Contaminada

Como pode ser observado, após o mapeamento da localização do ponto zero, a caracterização da área é a primeira etapa na estratégia de seleção da alternativa mais adequada para a resposta na área suspeita de contaminação. Os resultados dessa etapa serão utilizados na decisão para a seleção da estratégia do segmento e dependem da obtenção e avaliação de dados representativos da área suspeita de contaminação. Com esses dados será possível avaliar o potencial de contaminação da área.
A caracterização da área está relacionada com o conhecimento da área, propriedades dos corpos hídricos de interesse e dados do vazamento, ou seja, tipo de produto, concentração e sua distribuição na área impactada. Além disso, as condições da superfície do solo na área impactada e em seu entorno também devem ser consideradas.

Estudos dos Produtos Vazados

O estudo das características do vazamento pode ser descrito pelas variáveis: produto, volume, área impactada e estado físico do material.
Os produtos típicos da indústria do petróleo (atividades de exploração e produção, refino, transporte e distribuição do petróleo) são: óleo marítimo, diesel, gasolina, borra oleosa, querosene de aviação (QAV), óleo combustível, além do petróleo cru.

Estudos Climáticos

Os dados que podem ser pesquisados com relação ao cenário são: classificação climática, pluviosidade (precipitação média mensal, média anual, variação pluviométrica, meses com mais chuvas e mais secos, além do período de chuvas intensas), temperatura ( média mensal, anual, variação térmica, meses mais quentes e mais frios), evapotranspiração (potencial e real, média mensal e anual) e balanço hídrico.
Os estudos climáticos são realizados com base em informações secundárias que podem ser encontradas na internet, utilizando as seguintes fontes: CPTEC, ANEEL, ANA, DNM/INMET, CRA, SIMCE, EMBRAPA, etc.

Estudo dos Recursos Hídricos Superficiais

Este estudo deve ser realizado em razão do cenário, observando duas possibilidades distintas:
Perigo iminente de contaminação do curso d’água
Em todos os cenários em que o vazamento não ocorre diretamente no corpo hídrico, a proteção dos cursos d’água existentes nas proximidades passa a ser uma das prioridades.
A existência de um sistema de contenção (drenagem) ou dique na área impedindo que o produto vazado na superfície da área chegue ao curso d’água (água superficial). Esse tipo de situação representa um menor potencial de contaminação da água superficial, característico de uma situação com impermeabilização ou contenção completa (existência de uma drenagem ou dique projetado, por exemplo). A existência de barreiras naturais (árvores, drenos naturais, por exemplo) representa uma impermeabilização ou contenção parcial e, em não existindo as situações anteriores, a área é caracterizada como pouca ou nenhuma impermeabilização nem contenção.
A distância ao curso d’água representa a probabilidade de que o produto vazado possa entrar em contato com o corpo hídrico mais próximo. Assim, quanto menor a distância entre o ponto onde ocorreu o vazamento e o corpo hídrico, maior o potencial de contaminação da água superficial.
A topografia da área e a localização do produto vazado no solo influenciam na contaminação da água superficial. A declividade mais acentuada do terreno e a localização do vazamento no solo (acima, abaixo ou na superfície do terreno) determinam o potencial de contaminação da água superficial. Quanto mais alta a declividade e o vazamento acima do nível do solo, maior o potencial de contaminação da água superficial (para uma mesma precipitação e escoamento superficial, quanto maior a declividade, menor será a percolação). Enquanto que uma declividade suave e o vazamento no nível do solo representam uma situação de menor potencial de contaminação da água superficial.
O potencial de escoamento superficial depende, diretamente, da precipitação pluviométrica e da permeabilidade da camada superficial do solo. Para alta precipitação e alta permeabilidade da superfície do solo, maior o potencial de contaminação da água superficial devido ao maior potencial de escoamento superficial dessa situação.
Contaminação direta do curso d’água
Nos cenários onde o vazamento ocorre diretamente no corpo hídrico, as maiores prioridades passam a ser retenção na origem do vazamento, proteção das áreas sensíveis mais próximas e contenção e recolhimento do produto já vazado.
Outra prioridade é a verificação dos riscos apresentados no local onde se apresenta o cenário, ou seja, observação das limitações existentes para as embarcações atuarem e para os equipamentos serem utilizados.
As emissões no ar podem ser percebidas no entorno da área contaminada devido à volatilização dos compostos de menor peso molecular dos hidrocarbonetos. Se essas emissões estão sendo percebidas pela comunidade vizinha, ou seja, fora da área onde ocorreu o vazamento, maior será o potencial de contaminação.
Também não deve ser menosprezada a variável acesso ao local, o maior potencial de atendimento está diretamente relacionado à maior facilidade com que se pode ter contato com o vazamento, ou seja, em situação onde o mesmo esteja poluindo e a origem sem restrição de acesso.

Estudo dos Bens a Proteger

Em todo cenário os locais a serem protegidos devem ser considerados, conforme a sensibilidade e a finalidade econômica.
Ver a existência de APA, zonas sensíveis e áreas de proteção são requisitos importantes para o êxito nas pesquisas para influenciarem na montagem das estratégias.
Os pontos de captação de água, de turismo ou mesmo de utilização econômica diversa podem criar a necessidade de se prever contato com os órgãos responsáveis para viabilizar ações em tais cenários.
A atenção especial dedicada a estes locais vão garantir efetividade nos resultados esperados na estratégia a ser proposta.

Estudo de Logística para Atuação

Os principais pontos logísticos, para apoiar ao atendimento nas estratégias, também devem ser observados.
Nas pesquisas podem ser analisadas listas telefônicas e a base de dados do CDA ou Base Avançada mais próxima. De preferência sempre deve ser verificada a veracidade dos dados levantados neste processo.
O mapeamento de campo deve prever realização de levantamento logístico sempre que a base existente não for satisfatória ou confiável.

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