segunda-feira, 19 de outubro de 2009

PROCEDIMENTOS PARA ACIDENTES RODO-FERROVIÁRIOS



Atuar na defesa do meio ambiente também requer cuidados extras quando envolve risco de explosão, se bem que a Defesa Civil jamais deixará outra equipe atuar na área havendo o risco de atmosfera explosiva no local.

Avaliação Inicial do Cenário

Ao chegar ao local da ocorrência, a equipe deve procurar a equipe responsável pelo acidente, geralmente os bombeiros ou defesa civil, tomando ciência das medidas que já foram adotadas e se a área está liberada para atuação da equipe de defesa, estando sanadas situações do tipo risco de atmosfera explosiva ou situação de socorro de vidas humanas.

Após a autorização de atuação, deve-se realizar uma completa e detalhada avaliação, tanto das áreas atingidas como também adjacentes, e a de acordo com a situação observada, adotar os procedimentos emergenciais adequados.

Quanto aos cuidados com a segurança, observar todos os veículos envolvidos no acidente, sendo o que deu origem o vazamento e outros que possam estar envolvidos, ver fatores como ser movido a GNV ou estar em posição com mobilidade, possibilitando gerar faíscas;

Procedimentos para aproximação.

Selecionar e utilizar os EPI's - Equipamentos de Proteção Individual, adequados aos riscos observados;

Obs.: O EPI ideal para estas situações é Roupa de aproximação do tipo NOMEX, capacetes com visor, luvas e equipamento autônomo de respiração (máscara do tipo MSA);

Posicionar-se, sempre que possível, com o vento pelas costas;

Evitar qualquer tipo de contato com o produto envolvido;

Conferir, através da simbologia do veículo, o produto envolvido na ocorrência e a sua respectiva periculosidade;

Observar evidências do vazamentos tais como, presença de líquido sobre a pista, formação de nuvens de gases ou vapores, sinais de vegetação queimada;

Procedimentos de avaliação:

Aproximar-se cuidadosamente e verificar a possibilidade de acesso;

Certificar-se do produto envolvido na ocorrência,
Sinalizar e isolar o local, caso não tenha sido feito;

Verificar a necessidade de reforçar a sinalização e o isolamento instalado;

Repassar ao responsável pela ocorrência todas as informações necessárias, de modo a propiciar o bom andamento das ações de combate;

Repassar todas as informações ao CDA, de modo que este possa desenvolver as suas funções de apoio e adotar as medidas requeridas pelo caso;

Procedimentos para atuação:

Avaliar os equipamentos avariados e identificar o local do vazamento;

Estancar o vazamento;

Avaliar a possibilidade de remoção do veículo;

Avaliar a necessidade de transbordo da carga;

Solicitar a mobilização de recursos complementares, se necessário;

Realizar o atendimento preferencialmente em local seguro;
Recolher o produto que está vazando;

Recolher o produtovazado;

Identificar os locais atingidos ou sob risco potencial,
Proteger bueiros, galerias de drenagem e corpos hídricos;
Monitorar os índices de explosividade, no caso de produtos inflamáveis;

Controlar todas as fontes de ignição na área isolada ou locais contaminados;

Monitorar os locais contaminados por produtos corrosivos;

Recolher os resíduos gerados pela ocorrência e dar destinação adequada aos mesmos,
Verificar a presença de população nas imediações e avaliar a necessidade de removê-la para local seguro;

Solicitar à Polícia Rodoviária o manejo do tráfego durante as ações de combate;

Avaliar a possibilidade de transferir o produto para outro vculo;

Evitar o espalhamento do produto vazado, através da construção de diques de contenção;

Procedimentos para produtos inflamáveis:

Aterrar adequadamente veículos e equipamentos, quando da realização de operações de transbordo de produto;

Desligar o cabo da bateria do veículo;

Utilizar caminhões a vácuo para recolher o produto vazado, além dos recursos anteriormente citados,
Identificar locais que propiciem o confinamento de vapores;
Evitar a formação de nuvens através do recobrimento de poças com lona plástica ou abafamento;

Monitorar os índices de explosividade;

Controlar todas as fontes de ignição na área isolada ou locais contaminados;

Dispersar nuvens confinadas de vapor, através de operações de exaustão, ventilação ou lavagens de galerias e bueiros;

Procedimento para aterramento de veículo sob o risco de atmosfera explosiva no local:

Neste caso, deve-se garantir que o cabo do aterramento seja grande o suficiente para ir até fora da área sob risco de explosão;

Ligue o cabo terra à placa de aterramento do caminhão em seguida ligue a outra extremidade ao ponto de descarga fora da área de risco de explosão, (esta ordem nunca deve ser invertida, as faíscas são geradas sempre no segundo ponto colocado, evitando assim a geração de um ponto de ignição no local);

Procedimento para desligamento do cabo da bateria


O cabo da bateria a ser desconectado primeiro deve ser o negativo em razão do mesmo fazer seu aterramento com o chassi do carro através de seu pólo negativo. Do contrário, se desconectássemos primeiramente o pólo positivo, correr-se-ia o risco de a chave metálica entrar em contato com alguma parte da carroceria e, estando esta ligada ainda ligada ao pólo negativo da bateria, fecharia o circuito, provocando centelhas.

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Cesar Costa
Consultor de Estratégia de Resposta a Riscos Ambientais
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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A PRIMEIRA EQUIPE DO ATENDIMENTO

A primeira equipe tem que estar consciente dos riscos iniciais durante uma resposta a incidentes e deve prestar atenção na segurança desde o primeiro momento. Pelo menos dois riscos que podem ser encontrados inicialmente devem ser considerados na primeira avaliação realizada. São eles: • Fogo e/ou explosão • Atmosferas perigosas e/ou espaços confinados Existindo o risco de fogo ou explosão, deve-se: • Sugerir uma ação de resposta que retarde ou permita a condição inflamável diminuir; • Descobrir qual o potencial de risco de fogo/ explosão do produto derramado • Manter o monitoramento constante com um explosímetro calibrado e adequado ao tipo de produto, por uma pessoa capacitada. Em atmosferas potencialmente inflamáveis, não use: • Nenhum tipo de chama; • Nenhum equipamento eletrônico que não seja adequado para atmosferas inflamáveis; • Nenhum equipamento de comunicação que não seja adequado para atmosferas inflamáveis • Equipamentos de combustão interna (isto é, combustível gasolina) como motores; • Não utilizar compressores de ar. Havendo o risco não se deve atuar onde existir risco de uma atmosfera inflamável, a área deverá ser liberada antes pelos técnicos de segurança responsáveis pela área. Caso exista um fogo, mas não exista o risco de causar dano aos componentes físicos ou matérias a sua volta, ainda assim, deve-se avaliar se a melhor opção não é permitir a queima até extinção do mesmo. Deve-se considerar a direção do vento, caso a aproximação seja necessária, devido ao risco de nuvens de gases, vapores ou névoas. Sempre a aproximação deve ser realizada contra o vento, prestando muita atenção a qualquer mudança de direção. Estes vapores são comuns próximos a Separadora de Água e Óleo e em áreas de refinarias. Quanto a possibilidade de espaço confinado, não está entre as atribuições do CDA qualquer ingresso neste tipo de ambiente. CUIDADOS A SEREM TOMADOS NO ATENDIMENTO CUIDADOS NA ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA Realize um planejamento acurado da atividade e transmita claramente toda estratégia a sua equipe; Realize o reconhecimento de toda área e tenha um canal de comunicação constante com a equipe; Certifique-se de que todos tiveram instrução a respeito da atividade a ser desenvolvida, principalmente se houver envolvimento de mão de obra de terceiros; Designe controladores para os pontos críticos do itinerário da atuação; É desejável que todas as equipes tenham meios de comunicações, para serem utilizados em caso de emergência; É importante que as equipes possuam equipamentos de sinalização e que tenham clareza dos procedimentos em caso de primeiros socorros; CUIDADOS COM O TRANSPORTE Confira se as condições de segurança dos transportes foram obedecidas e se os equipamentos estão amarrados adequadamente; Não se esqueça de verificar se há combustível suficiente e se os equipamentos de segurança estão disponíveis; Antes de partir, realize um cheque de frenagem, de capacidade de manobra e de sinalização do veículo; Tenha atenção especial para as condições fisiológicas do motorista, especialmente quanto ao descanso necessário e aos indícios de sono, uso de álcool ou outra substância entorpecente; Relembre ao motorista os limites de velocidade estabelecidos e as condições especiais de tráfego, se houver; Em deslocamentos noturnos, sob visibilidade restrita e em caso de mau tempo aumente as distâncias de segurança entre os veículos e reduza a velocidade, informando estes detalhes ao fiscal da PETROBRAS pois podem influir no tempo de resposta. CUIDADOS DURANTE A ATUAÇÃO Relembre as medidas de segurança durante a reunião inicial (briefing); Reconheça todos os itinerários das equipes, sinalizando os obstáculos potencialmente perigosos para todos de forma clara, se possível; Certifique-se se há suprimento de água necessário para as equipes que realizarão algum deslocamento para áreas um pouco mais distantes; Atenção especial à temperatura externa e ao uso de EPIs adequados, bem como aos indícios de intermação ou hipotermia; Verifique se todos os envolvidos não demonstram “pânico” ou “nervosismo” para atuar. Caso seja necessário, faça antes uma ambientação ou substitua aqueles que não estejam em condições; Não se esqueça de verificar a temperatura da água e preste atenção aos riscos de hipotermia; Identificar entre os envolvidos, principalmente de terceiros ou oriundos de outros locais, que não são nadadores, a quem se deve dar atenção especial; Certifique-se que existe uma equipe de socorro na emergência e onde esta equipe está localizada, obtendo seus meios de contato; CUIDADOS NAS ATIVIDADES COM EMBARCAÇÕES Caso a tarefa seja realizada em cursos d’água ou lagos, assegure-se de que a correnteza e o leito são compatíveis com os trabalhos que serão desenvolvidos; Tenha o conhecimento do efetivo envolvido entre os que sabem nadar e os que não sabem, mantendo vigilância constante durante toda a atividade; É prática saudável ter pessoas na equipe com conhecimento de técnicas de abordagem e resgate em meio aquático; A logística deve observar se as estruturas envolvidas contem meios para atender a uma emergência com afogados; Evite trechos em que haja correnteza, principalmente se a força desta for superior a potência da embarcação; Verifique se as embarcações envolvidas estão em boas condições, principalmente as de terceiros em que componentes de nossa equipe estejam atuando e se tem coletes salvavidas suficientes, em local de fácil acesso e se estão dentro do prazo de validade; Atenção especial à temperatura da água e aos indícios de hipotermia; Cuidado com os “excelentes” nadadores. Cesar Costa Supervisor de Estratégia de Resposta da HDG Serviços Ambientais

SEGURANÇA NA ATUAÇÃO DOS CENTROS DE DEFESA



Nos processos de atuação dos Centros de Defesa, somos direcionados a variados tipos de situação, onde abrimos a discussão para os perigos decorrentes das diversas áreas percorridas pelas equipes.

Em qualquer um dos locais em que formos atuar, deve-se levar sacos plásticos para trazer o lixo de volta do consumo da equipe de volta.

Neste artigo, espero que possamos conseguir contribuições para termos uma relação dos perigos decorrentes de cada tipo de caminho:

NO MATO

Em qualquer mata virgem há animais peçonhentos como aranhas e cobras. Esses animais só atacam por motivo de defesa, como por exemplo, quando alguém pisa neles. Apesar de serem raros os ataques, alguns cuidados devem ser tomados para evitá-los, como ficar atento onde pisa ou coloca a mão e, procurar fazer caminhadas com botas de cano alto. Mesmo quando em uma região onde a maioria das cobras não é venenosa, deve-se procurar imediatamente um médico ao ser picado (se possível levar a cobra).

No caso de picada de animais peçonhentos, nenhum socorro deve ser prestado no local. Todos os primeiros socorros são contra-indicados. A vítima precisa ser transportada rapidamente e não pode caminhar, correr ou se movimentar muito.

Tomar cuidado para não se perder, principalmente se a mata for fechada, procure saber como é o percurso e utilize o GPS para se guiar e manter a localização.

Observe se o celular está funcionando no local ou leve, por segurança, o Global Star ou o radio para garantir comunicação em locais desconhecidos.

NOS RIOS E CACHOEIRAS

Um perigo real nos rios são os escorregões nas pedras. Portanto ao andar pelas pedras dos rios, pise com cuidado para certificar-se que não é escorregadia. Evite pular de pedra em pedra, mas se precisar fazer, procure pisar na quina superior da pedra. Umidade sobre as pedras significa que ela é escorregadia. Para evitar picada de borrachudos e outros insetos leve um repelente.

Em situações de enchentes e inundações, existe também o problema com a leptospirose, que é causada através da urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. A febre tifóide e as doenças diarréicas agudas também podem ser propagadas através das enchentes, como também, acidentes com animais peçonhentos, em função de deslocamentos dos habitats naturais provocados pelas inundações. E o fato preocupante é que qualquer pessoa que tiver contato com a água, lama ou qualquer outra matéria que esteja contaminada, poderá se infectar. Por isso o contato com estes materiais deverá ser sempre evitado.

Evite atravessar um rio com a pickup, mas só o faça se for realmente imprescindível.

Para atravessar um rio com a pickup tenha sempre muito cuidado. Alguns rios perenes, lagoas e barras formadas pelas desembocadura de rios ou pelo efeito das marés podem causar prejuízo aos desavisados e desprevenidos. Medidas preventivas e algumas dicas ao dirigir podem evitar o prejuízo. Águas profundas podem ser definidas a partir do ponto em que mais da metade da roda do veículo fica encoberta pelas águas. O ponto mais frágil do seu 4x4 a diesel será sempre a entrada de ar do motor, ou seja, a abertura ou mangueira que conduz o ar através de um filtro para a câmara de combustão. Nunca use a embreagem quando se está atravessando as águas profundas, a água pode anular o atrito entre o disco e o platô, deixando o carro sem tração para sair do obstáculo. Antes de passar por águas profundas, reduza o veículo ou use uma marcha de força, mantendo a aceleração constante e em alta rotação para evitar a entrada de água no sistema de escape e propiciar um melhor arranque em caso de necessidade.

NO MAR

Use sempre um colete salva-vidas, item obrigatório em qualquer embarcação. Quando estiver na praia ou no barco não deixe de usar protetor solar, óculos escuros e boné para se proteger do sol.

Quanto atuar em embarcações de terceiros seguir os seguintes itens:
  • Fazer uma alimentação balanceada;
  • Para evitar enjôo, tomar meio comprimido de Dramin uma hora antes do embarque;
  • Utilizar protetor solar constantemente, no mínimo fator 15 e levar boné;
  • Tomar bastante líquido;
  • Deve-se obedecer às ordens do Capitão;
  • Caminhar com cautela no convés (área externa);
  • Prestar atenção ao "briefing" da embarcação observando itens como: Homem ao Mar / Uso do banheiro / Uso das torneiras;
  • Utilizar colete salva-vidas;
  • Colocar seus objetos em locais seguros e bem guardados para evitar danos.
NA CIDADE

Ao atuar em uma cidade desconhecida, durante a noite evite andar sozinho em locais desertos. Evite a periferia da cidade também a noite.

Algumas recomendações para atuação em cidades atingidas por enchentes são as seguintes:

1. Atenção nas áreas de risco. Com a diminuição dos níveis dos rios as águas ganham velocidade, provocando a erosão das margens. Novos deslizamentos podem ocorrer. Diversos pontos são considerados de risco. Evitar ficar em locais cujo risco seja provável. Exemplos: margens de rodovias próximas a rios e as regiões de encostas e morros;

2. Evitar o trânsito de veículos, principalmente nas pontes das regiões afetadas, pois será preciso uma avaliação para verificar a segurança de cada estrutura;

3. Ficar atentos a qualquer sinal de deslizamento, como ruídos estranhos, declínio de árvores, movimentação do solo ou rachaduras;

4. Evitar o consumo dos alimentos que tiveram contato com a água, pois a mesma pode estar contaminada e provocar doenças, ou seja, mesmo frutas ou qualquer outro alimento aparentemente puro pode estar contaminado;

5. Evitar deslocamentos longos e acompanhar, pela imprensa, a situação do trajeto previsto;

6. Acompanhar as notícias quanto ao perigo de nova enchente no local.

NA ESTRADA

Antes de sair para o ponto 0, procure saber se a estrada por onde você irá passar não está obstruída por alguma queda de barreira, em algumas épocas do ano o volume de chuvas no país é muito grande, o que pode causar a interdição parcial em alguns trechos da estrada.
Observe os trechos mais perigosos da estrada de acesso aos pontos de atuação. Tenha atenção onde há buracos profundos que estouram pneus. Preste atenção se, quando chove, a água empoça na pista, fazendo os carros derraparem.

Tome cuidado com animais e pedestres na pista. Certas estradas até que possuem alguma sinalização advertindo o motorista para a presença de animais. Em outras, só se percebe o perigo a poucos metros do pára-choque.

Épocas de festas o trânsito fica mais movimentado e os motoristas mais imprudentes, tomar um cuidado maior nestes períodos.

É saudável manter comunicação com outros carros, no caso de seguir em comboio ou um carro vier mais tarde, notificando irregularidades na pista para que não haja acidentes com outros carros.

Saudações estratégicas.

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Cesar Costa
Consultor de Estratégia de Resposta a Riscos Ambientais
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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

COMPORTAMENTO DO ÓLEO NO MAR E SEU COMBATE


No combate a emergências ambientais de derrame de óleo no mar, deve-se levar sempre em conta os fatores que vão ocasionar o intemperismo do óleo vazado.

O intemperismo do óleo consiste na combinação de processos físicos, químicos e biológicos, inicia-se imediatamente após o derrame e processa-se a taxas variáveis. Sua eficiência depende das condições da água do mar, como pH, temperatura, correntes e salinidade, do clima, tais como umidade e incidência de radiação solar, da presença de bactérias e materiais particulados suspensos na água, além das propriedades físico-quimícas do óleo derramado, tais como composição química, estado físico, densidade, viscosidade, solubilidade, temperatura, teor de oxigênio. A taxa do processo não é constante, sendo mais efetiva nos primeiros períodos do derrame (CETESB, 2004).

Os efeitos do meio ambiente no petróleo e seus refinados afetam em primeiro lugar as características físicas do produto (densidade, viscosidade, ponto de escoamento, solubilidade) sem alterar a natureza química dos componentes. Ocorrem processos de espalhamento do produto derramado e evaporação dos componentes leves, seguidos da dissolução das frações solúveis, emulsificação decorrente do hidrodinamismo e sedimentação por aderência de partículas suspensas na coluna d’água (Silva, 2004).

Existem também outros processos influentes, porém mais lentos, que alteram as propriedades químicas dos componentes, como a oxidação ou fotoquímica microbiana, que podem se estender por meses a anos atuando sobre o produto já envelhecido.

O agito das águas, oriundo dos efeitos das correntes e dos ventos também é considerável e estes passam a influir até mesmo na faina decorrente do vazamento. As limitações dos equipamentos de combate a emergências oriundas do vazamento óleo no mar podem ocasionar até mesmo a adoção da estratégia de apenas monitorar a mancha e atuar quando da melhoria das condições climáticas ou adoção da metodologia de atuar apenas na remediação de seus efeitos ao atingir a costa.

Conhecer as condições meteoceanográficas e os equipamentos de combate disponíveis pode garantir uma ação efetiva, sem prejuízos aos equipamentos e com resultados satisfatórios. As previsões climáticas podem auxiliar na hora de descidir o molhor momento de agir ou justificar a não tomada de uma ação de um custo muito alto.

Imagine que ao aguardar o momento certo, você pode estar garantindo que não vai quebrar seu equipamento antes de poder atuar e que ele vai poder estar pronto para entrar em ação quando necessário.

Cesar Costa
Supervisor de Estratégia de Resposta da HDG Serviços Ambientais

terça-feira, 25 de agosto de 2009

ESTUDO DO CASO PARA OS CENÁRIOS CRÍTICOS


Conforme os dados fornecidos pela PETROBRAS, com as informações constantes na composição do cenário crítico, deve ser realizado o estudo do caso para avaliação inicial do cenário.

Os dados gerados pelo estudo do caso, nortearão as pesquisas iniciais e geram subsídios para o levantamento de campo a ser realizado.

Algumas análises devem ser realizadas para garantir êxito neste processo:

Análise da Construção: avaliação dos principais termos e variáveis do cenário para que se saiba exatamente o que se quer pesquisar. Este passo é composto da avaliação do local indicado e do produto incluso no cenário.

Análise da Evolução: avaliação do relacionamento causal que explique as conseqüências esperadas no comportamento do produto contaminante com a sensibilidade e a vulnerabilidade esperada do cenário. Análise das fontes do problema (causas) refletindo nas situações conseqüentes (efeitos). Deve-se testar a coerência entre as proposições iniciais, desenvolvimento e resultados encontrados.
Análise da Abrangência: avaliação da região sobre a qual as conseqüências podem ser relacionadas. Deve-se testar a coerência entre os achados do estudo na região do cenário, vendo a possibilidade dos resultados serem também aplicáveis aos arredores expostos.
Análise da Confiabilidade: avaliação do estudo realizado, vendo outras possibilidades e verificando se obtém resultados assemelhados. A Minuta do Estudo do Caso do Plano de Atuação e a base de dados do estudo são fundamentais para verificação da confiabilidade.


Preparação para o Estudo do Caso do Cenário
Para realizar o Estudo do Caso eficaz devem ser formuladas boas questões com interpretação das respostas. É necessário ser adaptativo e flexível sem perder o rigor – não ter receio, se necessário, escolher outros aspectos, coletar outras informações, ou decidir refazer o “design”. Adquirir grande conhecimento sobre o local onde o cenário foi proposto é vital neste processo. Os dados coletados devem ser sempre bem documentados.


A Minuta do Estudo do Caso é a versão inicial do Plano de Atuação, contendo as informações iniciais da pesquisa. A função da minuta é gerar um documento inicial de trabalho servindo como guia ao longo das atividades do estudo.
Como os dados são coletados sob condições de ambiente não controlado, isto é: em contexto real, deve-se adaptar o plano de coleta de dados às informações das pesquisas realizadas. Em outras palavras, as informações devem ser introduzidas ao cenário em estudo, e não o contrário, como ocorre com estratégias de pesquisa em ambiente controlado.
Fontes de pesquisas
Documentos: a pesquisa documental pela Internet deve constar do plano de coleta de dados. Cartas náuticas, monografias, comunicados, agendas, planos, pesquisas, relatórios, estudos, jornais etc. O material coletado e analisado é utilizado para corroborar evidências de outras fontes e/ou acrescentar informações. Por isso, é importantíssimo tentar extrair das situações as razões pelas quais os documentos foram criados. Os documentos podem fornecer “pistas” sobre outros elementos.

Registros de Treinamentos Anteriores é outra fonte de pesquisas. Os documentos gerados de treinamentos anteriores pelo pessoal das Bases Avançadas e dos CDA constituem a principal fonte de pesquisa de um Estudo do Caso. Trata-se de relato das atividades realizadas nos cenários e, portanto, retratam as características estratégicas do local. Quando possível usar relatórios e imagens destes eventos.

Princípios para coleta de dados de pesquisa:
Usar múltiplas fontes de evidência
O uso de múltiplas fontes de pesquisa permite o desenvolvimento da avaliação em várias frentes – analisar vários aspectos em relação ao mesmo fenômeno. As conclusões e descobertas ficam mais consistentes e apuradas já que advém de um conjunto de informações.


Construir, ao longo do estudo, uma base de dados
Embora em pesquisas a separação entre a base de dados e o relato não seja facilmente encontrada, essa separação deve acontecer para garantir a confiabilidade, uma vez que os dados encontrados ao longo da pesquisa sejam armazenados, possibilitando a análise por outros técnicos. Os registros podem se dar através: notas, documentos, tabulações e narrativas (interpretações e descrições dos eventos observados, registrados...).


Formar uma seqüência de pesquisas
Construir uma seqüência de pesquisas consiste em configurar o Estudo do Caso de tal modo que se consiga a cada nova informação adquirida levar ao próximo questionamento que servirá como base para novas pesquisas. Deve-se assegurar que cada nova pesquisa apresentada seja devidamente catalogada para a bibliografia do Plano de atuação.


Análise das pesquisas
A análise das pesquisas é o menos desenvolvido e mais difícil aspecto da condução de um Estudo do Caso. O sucesso depende muito da experiência, perseverança e do raciocínio crítico do técnico para construir descrições, interpretações que possibilitem a extração cuidadosa das conclusões. Um tratamento – organização e tabulação dos dados devem ajudar na análise. O mais importante nesta fase é ter definida uma estratégia analítica geral já que isso significa tratar imparcialmente o material das pesquisas encontradas e extrair conclusões analíticas, apresentando interpretações e descrições alternativas. O papel da estratégia geral é ajudar o técnico a escolher entre diferentes técnicas de combate a serem implementadas por ocasião do cenário proposto. Há duas maneiras de se formatar a estratégia geral: basear-se nas proposições teóricas – referencial teórico – ou desenvolver uma criativa descrição do caso.



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ÁREAS DE TRABALHO EM SITUAÇÕES CRÍTICAS




Nestes artigos que estamos escrevendo, agora venho com uma abordagem do planejamento de um plano de ação, nesta parte com uma visão da segmentação de área para estimativa de procedimentos de logística, ou seja, divisão das áreas para o plano logístico.

Não seria impossível ter que atuar e montar uma tenda, ou barraca se preferir, para que as atividades de coordenação da logística possa se organizar e preparar-se para atuar, montando almoxarifado, central de comando, comunicação e área para refeições.

O Plano Logístico é uma ferramenta importante para a coordenação das operações, pois organiza o uso da área por parte das equipes, facilita o controle dos recursos operacionais e aumenta a segurança das operações.

A área envolvida na operação de uma situação crítica pode ser classificada de três formas, que determinarão quem pode entrar nessa área, com que medidas de segurança e quais as atividades permitidas.

Área Quente 

A Área Quente é determinada no local que sofreu mais intensamente os efeitos do evento que causou a situação crítica. É nessa área que serão desenvolvidas as operações de maior risco e complexidade.


Por exemplo: em uma emergência ambiental, a Área Quente é aquela teve origem o evento, a Área Quente é o local atingido pela mancha. Também são áreas quentes os pontos de apoio onde serão lançadas formações.
O objetivo de estabelecer uma Área Quente é restringir o acesso de pessoas a ela sem que seja absolutamente necessário para a operação, para permitir que somente pessoas adequadamente treinadas e equipadas, com um objetivo específico a ser alcançado, se exponham aos riscos identificados naquele espaço físico.

O estabelecimento de uma Área Quente é muito mais fácil em um evento restrito, onde você pode até mesmo isolar o espaço com fitas. Mas nem sempre isso é possível.

Muitas vezes podem ser atingidas praias movimentadas ou mesmo vários municípios no trajeto de um rio. Mesmo assim, haverá áreas desses municípios onde o risco para as operações será maior, e essas áreas serão consideradas Áreas Quentes. E será, então, impossível “cercar” praias inteiras com fitas de isolamento, mas pode-se restringir o acesso por meio de bloqueios de estrada, placas de sinalização e meios de informação.

Mesmo assim, a área será considerada quente pelos integrantes da operação, que adotarão medidas para diminuir o risco (uso de coletes salva vidas e uso de rádio comunicador em áreas perigosas são alguns exemplos).

Área Fria 

A Área Fria é aquela que abriga as instalações e recursos que darão suporte às atividades, mas apresenta um pequeno risco relacionado à situação crítica e às operações que serão desenvolvidas. Por isso, na Área Fria as exigências de segurança são menores (adequadas ao risco, mas não negligenciadas), e a circulação de pessoas que não têm relação com a operação só é restrita nas instalações de apoio (Posto de Comando, Área de Reunião ou Base de Apoio).


Área Morna 

A Área Morna é uma área intermediária entre a Área Quente (de maior risco) e a Área Fria (totalmente segura). Na Área Morna o acesso e a circulação ainda são restritos, mas as condições de risco não são tão altas, propiciando uma área para que os profissionais se equipem, repassem orientações e façam as últimas verificações de segurança antes de adentrar a Área Quente. Por isso, ela é utilizada como ponto de partida para as ações na Área Quente.


Acessos e Corredores 

Além de estabelecer áreas de trabalho, é interessante que a logística estabeleça os corredores e pontos de acesso às Áreas Quente e Morna. Fazendo isso, ele controlará melhor a presença de recursos operacionais nas áreas mais perigosas da operação e o pessoal da segurança  poderá realizar uma vistoria nas pessoas que estão acessando essas áreas para verificar se elas estão com os equipamentos de proteção necessários, têm informações corretas e conhecem as medidas de segurança recomendadas.


Em operações de alto risco, o controle do acesso à Área Quente é muito rigoroso, para que não haja dúvida sobre quem está na área mais perigosa, e há quanto tempo.
Outra medida que pode ser necessária é estabelecer os corredores de acesso. 

Em alguns casos isso será fundamental para a segurança. Imagine uma situação envolvendo o vazamento de um gás tóxico; a aproximação contra o vento ou a utilização de um corredor de acesso à emergência onde o gás foi espalhado pelo vento pode ser fatal para equipes que ainda nem chegaram ao local. O corredor de acesso pode viabilizar a circulação de recursos, evitando congestionamento de veículos que podem obstruir vias secundárias e danificar vias não pavimentadas, dificultando o acesso, principalmente os caminhões, pelo seu tamanho.



Cesar Costa
Consultor de Estratégia de Resposta a Riscos Ambientais
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