segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

ETAPAS PARA EXPLORAÇÃO DA ÁREA PARA CRIAÇÃO DE ESTRATÉGIAS AMBIENTAIS PARA UM PLANO DE EMERGÊNCIA


No post passado definimos parâmetros para criação de estratégias ambientais de atendimento aos riscos de cada atividade, e neste estaremos falando sobre a exploração para conhecer uma área para criação de um Plano de Emergência.

Lembramos que não estaremos abordando sobre o método de análise inicial de um acidente ambiental, mas sim a metodologia de exploração do local para criação de um Plano de Emergência. A metodologia para análise inicial de um acidente ambiental será abordada posteriormente, assim como todo processo envolvendo a atuação em um acidente.

Antes de mais nada, não existe um plano de contingência ambiental realista para uma área onde não exista conhecimento prévio das suas características. Este conhecimento pode vir de diversas maneiras, resulta da soma de pesquisa de dados históricos, sensibilidade e características locais com a exploração da área em risco.

Insere-se no âmbito o Planejamento da Rotina para Elaboração do Plano de Emergência Ambiental criar uma metodologia geral de trabalho. Sob o ponto de vista de obter maior eficiência, é necessária uma prévia aquisição de dados para formação da base de dados. Assim sendo consolidada com dados oriundos de pesquisas científicas realizadas, registros de órgãos do governo (IBGE, IBAMA, MMA, órgãos estaduais e municipais entre outros), Google Earth, Google Maps, Yahoo Maps e outras fontes de disponibilização de dados confiáveis. Conhecimentos históricos, culturais e geográficos podem ajudar a estabelecer uma prévia do plano que será devidamente enriquecida com os dados obtidos em campo durante a exploração da área. 

O objetivo geral destes posts será ajudar a desenvolver parâmetros de estudo das principais características socioambientais e da sensibilidade existente ou potencial do local a ser explorado. Levando em conta o uso dos recursos naturais de modo a permitir uma avaliação da melhor estratégia de proteção e mitigação dos danos, incorporando seus efeitos cumulativos e sinérgicos sobre o meio ambiente. Temos como objetivo subsidiar a definição de diretrizes e orientações para o planejamento e a implementação de ações para a área proposta, com ênfase na disponibilidade de recursos. Dessa forma, a exploração deve ser desenvolvida a partir de três abordagens distintas.

A primeira abordagem, que servirá de fundamento para todas as abordagens posteriores, volta-se para o conhecimento da realidade do local. Buscando a complexidade da inter-relação de seus múltiplos fenômenos socioambientais e a identificação dos impactos negativos do cenário proposto e, em particular, da sinergia e cumulatividade desses impactos, que apresentam alta diversificação espacial e temporal. Trata-se, portanto, de uma abordagem que privilegia o conhecimento da realidade concreta, buscando estimar as consequências ambientais da área sob risco de incidente. Esta é uma fase decisiva na exploração, pois é ela que permitirá a construção do instrumental conceitual e metodológico e a base de informações das demais abordagens.

A segunda abordagem tem um caráter prospectivo, voltando-se para a formação regional da área, dentro da estrutura para resposta existente e das dificuldades iminentes para estimativa da capacidade. Como toda abordagem prospectiva, incorporando a dimensão das incertezas próprias das previsões logísticas e operacionais para atuação no local de estudo. Essa incorporação requer a construção de hipóteses que serão agregadas às pesquisas da estratégia de resposta, prevendo a introdução de variáveis de planejamento, de novas tecnologias ou de táticas diferenciadas, dentre outras, que possam vir a alterar as estratégias. Ou seja, observar se um determinado recurso ou se certo segmento apresenta dificuldades para realização do combate ou da mitigação dos efeitos negativos na área do Plano de Emergência. Esta é, portanto, uma abordagem que busca um conhecimento da realidade baseado no potencial de intervenção futura sobre suas características atuais.

A terceira abordagem busca um conhecimento capaz de subsidiar o planejamento e a formulação das estratégias, voltando-se para uma simplificação da realidade, necessária para a construção de critérios e mecanismos que permitam a comparação e a hierarquização de ações distintas: contenção, recolhimento, proteção e limpeza. Trata-se de um conhecimento que busca construir estratagemas para atuar em cada segmento que venham a servir como indicativos que permitam operacionalizar instrumentos de planejamento, acompanhamento e tomada de decisão pela estrutura de resposta definida. Para que cumpra sua função, é preciso que esta abordagem esteja fortemente calcada na realidade e nos objetivos a que se propõe atingir. Ou seja, ela será capaz de construir indicadores e formular variáveis que sejam, por um lado, altamente significativas como representações da realidade e, por outro, de grande eficácia para o planejamento.

A exploração da área se distribui em cinco etapas, cuja concepção básica, conforme definido nesta metodologia é a seguinte:

Primeira Etapa - Planejamento e Estruturação do Trabalho, que define os rumos das pesquisas e da exploração da área.

Segunda Etapa - Caracterização Socioambiental, envolvendo a identificação das principais características ambientais, econômicas e sociais do local, gerando uma análise dos aspectos socioambientais mais relevantes, incluindo as potencialidades e os espaços para estimativa de estratégias.

Terceira Etapa - Avaliação Ambiental para Segmentação, voltada para a identificação dos segmentos, com base nos aspectos relevantes, também denominados como elementos de caracterização, levantados na segunda etapa, e caracterização dos efeitos ambientais por subdivisão do local, visando definir as áreas que se assemelhem ou se distingam das demais. Nesta etapa realiza-se: identificação dos impactos, estabelecimento das variáveis, qualificação e identificação das áreas frágeis e avaliação dos efeitos acumulativos.

Quarta Etapa - Análise de Segmentos Definidos, envolvendo a identificação dos potenciais conflitos locais e os que podem ocorrer devido ao incidente proposto. Nesta etapa, além de identificar a sensibilidade e a vulnerabilidade, registra-se os problemas que se agravariam ou surgiriam no local explorado, serão identificados se existem outros planos de emergências locais e regionais que tenham que ser seguidos ou ser considerados pela estrutura de resposta estabelecida.

Quinta Etapa - Avaliação Estratégica Integrada, envolvendo a avaliação dos efeitos sinérgicos e cumulativos resultantes dos impactos ambientais ocasionados pelo conjunto das consequências do local explorado, gerando todas as estratégias, com seus respectivos estratagemas e táticas de atuação.

Finalização dos Trabalhos - Com base nessa concepção da análise realizada que será formulado, finalmente, as bases metodológicas da criação do Plano de Emergência para a área explorada.

Dentro do exposto, nos próximos posts seguirá o detalhamento de cada etapa que compõe o processo de criação do Plano de Emergência Ambiental da área em estudo.

Na próxima segunda-feira detalharemos a primeira etapa. 

Saudações estratégicas.
DEIXE SEU COMENTÁRIO E SUGESTÕES ENTRE EM CONTATO E RETIRE SUAS DÚVIDAS!

Cesar Costa
Especialista em Estratégia de Resposta
Email: cesarcosta.job@gmail.com





Nenhum comentário: