Esta etapa visa identificar as principais situações de sensibilidade existentes nos segmentos do Plano de Emergência, e avaliar o potencial de vulnerabilidade que pode ser gerado pelos riscos existentes no local estudado. Ela irá mapear as áreas de ocorrência associadas ao recurso natural envolvido, e construir indicadores que permitam integrar esta dimensão dos estudos aos seus demais componentes.
É uma etapa dos estudos onde a incorporação de informações provenientes dos contatos diretos, entrevistas e reuniões com os responsáveis diretamente envolvidos com a situação proposta. Devendo, portanto, ser marcada por mapeamentos de campo, tanto no que diz respeito ao levantamento de informações georeferenciadas das regiões afetadas, quanto pelo resgate de relatos de incidentes similares ou treinamentos anteriores realizados no local.
A partir das informações preliminares sobre a situação dos Plano de Emergências, deverá ser elaborada a minuta de estudo do caso a ser dado à Análise da Simulação dos Eventos decorrentes.
1 Mapeamento
Na etapa será realizado um levantamento das vias de acesso e das características físicas dos locais, avaliando a viabilidade das técnicas possíveis para os segmentos, assim como o mapeamento das entidades de representação relevante para compor a logística do atendimento. Serão cadastrados os movimentos sociais de moradores, pescadores e comunidades vizinhas. Para esta fase inicial deve-se realizar um levantamento de campo, onde serão sido contatadas as principais entidades identificadas, estabelecidos os primeiros contatos e entrevistas com comunidades diretamente envolvidas na região.
Esta atividade se inicia, no retorno do levantamento preliminar de campo, pela análise dos documentos e dados obtidos e pela sistematização das pesquisas e observações realizadas.
A análise que se pretende realizar estará centrada em três eixos:
Mapeamento dos atores existentes (recursos envolvidos):
Abrangência da atuação;
Escopo das ações;
Demandas.
Identificação de “facilidades e obstáculos”:
Principais facilitadores para atendimento de resposta;
Principais obstáculos para atendimento de resposta;
Fatores a serem considerados durante o processo.
Identificação de logística local para atendimento:
Existência de comercio para conseguir recursos.
Alguns dados serão particularmente relevantes para o mapeamento do Plano de Emergência e das demandas geradas na estratégia, tais como a existência de áreas protegidas ou de exploração econômica.
Dentre os documentos que se busca obter com as pesquisas, alguns adquirem particular relevância, não só por seu conteúdo, em termos de caracterização do Plano de Emergência e fonte de dados, são eles os mapas de sensibilidade, vulnerabilidade e as simulações de deriva existentes.
2 Metodologia para coleta de dados
Na prática o procedimento de criação de mapas consiste no desenho/coleta de trajetos (tracklogs) e pontos (waypoints), e na formatação destes dados para que o ArcGIS posteriormente os transforme nas entidades dos mapas.
Os tracklogs serão os responsáveis pelas entidades do mapa em forma de linha (rios, ruas, estradas, ferrovias, etc.). Os tracklogs também formarão as entidades de área (lagos, oceano, áreas metropolitanas). As entidades de área nada mais são que tracklogs fechados em si mesmos (polígonos) preenchidos por uma cor.
Para desenhar uma rua no mapa necessita-se de um tracklog com o formato e posicionamento real desta rua. Já para desenharmos um lago, por exemplo, precisa-se de um tracklog que represente o contorno deste lago.
Já os waypoints, como são pontos, definirão as unidades pontuais do mapa, como cidades, restaurantes, pontos turísticos e tudo que possa ser resumido a um ponto com um nome.
Para efeito de metodologia de coleta de dados, vamos tratar primeiro de como coletar os tracklogs, ou seja, como fazer o levantamento das ruas, etc.
Existem três maneiras básicas de obter estes tracklogs:
a) A primeira delas é conseguir estes tracklogs já prontos, a partir de arquivos que tenham sido criados a partir de levantamentos topográficos;
b) a segunda maneira é pegarmos um aparelho GPS e percorrermos as ruas, por exemplo, registrando o tracklog na memória do aparelho para posteriormente usarmos como dados;
c) e a última consiste em digitalizar mapas precisos de determinada área. Este procedimento consiste em escanear uma carta ou mapa, calibrá-la e traçar os tracklogs a partir das entidades visíveis neste mapa.
2.1 O DATUM (sistema de referência) a ser usado
Para não haver confusão todos dados precisam falar a mesma língua. E a língua em georreferenciamento é o datum.
Datum é uma superfície de referência que se assemelha com a forma da Terra, onde são projetados os acidentes geográficos relevantes do terreno para fins de posicionamento e confecção de mapas e cartas. Neste manual nos resumiremos a definir o datum padrão para o intercâmbio de dados entre os técnicos.
Existem centenas de datum disponíveis no mundo. O datum usado oficialmente no Brasil é o SAD69. Entretanto existem ainda no Brasil cartas como o datum “Córrego Alegre”, “Aratu” e o “Astro Datum-Chuá”.
Os principais programas e GPS são preparados para operar com diversos datum. Entretanto, o padrão para estes sistemas é o WGS84, principalmente no intercâmbio de arquivos, visto que este datum foi convencionado internacionalmente para ser o sistema padrão para esta tecnologia.
Por isso, a Estratégia de Resposta da HDG adotou como datum padrão para o intercâmbio de dados entre os técnicos o WGS84.
Mais adiante será visto como proceder com o datum em cada uma das operações de geração dos mapas.
2.2 Validando dados oriundos de pesquisas
Ao usar dados coletados por terceiros (monografias, relatórios, mapas, documentos, etc.) para alimentação do BDG é preciso validar que estes dados são confiáveis, ou seja, que foram coletados de maneira a garantir uma qualidade razoável.
Para garantir a qualidade é preciso buscar detalhes na página da internet onde foram conseguidos ou consultar o gerador das informações. Critérios de bom senso devem ditar a escolha entre usar os dados ou não.
Os dados não são confiáveis se:
a) o datum dos dados não houver sido informado;
Se o datum não foi informado, não devem ser usados, pois se pode estar alimentando a base com dados altamente imprecisos. Isso é regra básica.
Normalmente as fontes confiáveis informam o datum aos quais os dados se referem.
Arquivos originados de programas georeferenciados carregam o datum dos dados nele contidos.
Uma vez tendo o conhecimento do datum dos dados eles podem ser controlados. Eles não precisam ser obtidos em WGS84, eles podem estar em outro datum, mas podem ser convertidos de um para outro, conforme assim seja preciso.
b) a fonte dos dados não houver sido informada
“Se não souber a fonte da água que bebe como saberá se ela é boa?” Isso também vale para os dados que forem fornecidos.
c) se ao utilizar os dados for verificado que geram imprecisões a ponto de confundir o mapa quando aproveitados
Para testar os dados compare-os com outros confiáveis já conhecidos, como pontos, ruas, etc. Se houver diferenças muito grandes devem ser descartados ou corrigidos, se assim for possível.
Cabe fazer uma ressalva. Dependendo da utilização prevista para este dado ele pode ser muito impreciso ou não. No traçado de uma estrada em um mapa de escala muito pequena, por exemplo, um erro de 20 a 50 metros não causa tantos transtornos para aquele mapa. Já para utilização em um mapa detalhado em escalas maiores, um erro de 50 metros é inaceitável, pois pode confundir e levar a decisões equivocadas na criação da estratégia.
2.3 Coletando dados com o uso do GPS
Para coletar dados com o GPS, precisa-se de três coisas:
a) primeiro conhecer bem o aparelho
Estudar bem o manual do aparelho, aprendendo o significado de seus termos e sabendo como operá-lo de forma eficiente. Para isso a HDG disponibiliza treinamento para seus técnicos e operadores.
b) ter uma metodologia de coleta e classificação
Planejar e controlar as coletas. Será preciso ser sistemático. Planejando como percorrer as entidades da sua área de interesse, como identificar o nome destas entidades e como atestará a validade destes dados posteriormente.
c) levar em conta o erro do GPS
Dependendo da cobertura dos satélites naquele momento e naquela área em que está sendo feito o levantamento o erro pode variar de poucos metros a dezenas de metros. Os GPS mais comuns informam esta precisão por um parâmetro chamado EPE, em metros, que na prática é o raio de um círculo onde o GPS é incapaz de determinar com precisão onde realmente está dentro deste círculo.
Observe o EPE do GPS durante a coleta de dados. Se este EPE ficar muito grande você provavelmente terá que descartar os dados daquele trecho. É preciso desenvolver o senso de como avaliar seus dados de acordo com o EPE e com o objetivo da coleta de dados.
Saudações estratégicas.
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Cesar Costa
Especialista em Estratégia de Resposta
Email: cesarcosta.job@gmail.com
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