sábado, 17 de julho de 2010

LANÇAMENTO DAS BARREIRAS



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Efeito de Maré
Em toda região costeira ou de estuário, mudanças na direção da corrente devido aos efeitos da maré podem ser esperadas em um ciclo regular. É importante reconhecer este fato, para realizar o planejamento correto do posicionamento das formações.
Uma formação de barreiras, quando estiver posicionada, normalmente é efetiva para coletar ou desviar o produto vazado somente quando este se dirige para uma direção especifica. Formações adicionais podem ser posicionadas, levando em conta a mudança de direção de corrente gerada pela variação de maré.
Âncoras ou poitas devem ser bem posicionadas em todas as formações, de forma que as barreiras permaneçam aproximadamente fixas na mesma posição, independentemente da direção da corrente. Isto assegurará que o mínimo prejuízo seja causado à barreira pelo atrito ou desgaste sobre rochas etc. e evitando que a barreira puxe suas âncoras.
Efeito das Ondas
As ondas têm um papel importante na eficiência de uma formação de barreiras. Tanto a altura quanto a freqüência das ondas podem influenciar no lançamento das barreiras e na efetividade da formação, devendo ser levadas em consideração para estimar se as barreiras vão conseguir conter ou direcionar o produto vazado.
Inevitavelmente cada caso deve ser avaliado singularmente, uma vez que as barreiras são construídas com grande variedade de formas e materiais, sendo difícil estabelecer regras definitivas e fixas para todos os casos. No entanto os seguintes comentários gerais podem ser observados na maioria dos casos:
Ondas longas – Indicado o uso de barreiras flexíveis, estas não deverão ter muitos problemas a não ser que as ondas sejam excessivamente altas.
Ondas médias – Indicado o uso de barreiras não muito flexíveis, existindo uma chance real de que ocorram pontos de passagem, quando as ondas tiverem alturas significativas, acima de 3 metros, podendo o produto vazado passar por debaixo da barreira.
Ondas curtas – Estas ocorrem em águas restritas ou após ondas maiores em águas abertas, através de ventos locais. Elas podem causam turbulências excessivas no ápice de uma barreira e com a ajuda do vento, podendo resultar que o óleo seja borrifado por cima da barreira.
Lançamento
O lançamento das barreiras não é uma operação simples. É essencial que a lançamento seja executada de uma forma lógica e bem organizada, primeiramente para facilitar o trabalho, e segundo, e mais importante, para evitar dano à barreira durante seu posicionamento.
Devemos seguir algumas diretrizes que podem ajudar a lançar uma barreira com o mínimo esforço e sem nenhum dano.
Antes que a barreira seja lançada, o comprimento aproximado requerido deverá ser estimado e pré-montado, o mais completo possível, seja em terra ou a bordo de uma embarcação.
Uma vez que a barreira estiver lançada, pode ser rebocada e colocada em novas posições pela embarcação. Sua posição final deve ser ajustada, jogando âncoras apropriadas. Quando nenhum ponto de âncora estiver disponível, tentativas e erros devem ser realizadas até determinar as posições corretas das âncoras.
Para evitar o embaraçamento nos cabos das âncoras devido ao movimento das ondas, eles deverão ter três vezes a altura da profundidade da água.
No local onde a barreira estiver sendo utilizada para coletar o produto vazado ou para proteger uma área sensível, todo o cuidado deverá ser tomado para assegurar que o bloqueio da praia seja bem feito de forma que o produto vazado não possa passar. Isto é um problema particularmente difícil nos períodos de marés vazantes ou enchentes, especialmente, quando o fundo é rochoso ou cheio de blocos de pedras. O uso de uma barreira especial para bloqueio das praias pode ser recomendado nestas situações especificas.
Muito tempo pode ser salvo com algum planejamento prévio das áreas que necessitam de formações de barreiras, por serem sensíveis e necessitarem de proteção ou por serem excelentes pontos de recolhimento. Pontos de ancoragem bem posicionados vão acelerar o lançamento e levando adiante, é possível posicionar uma barreira do comprimento correto com todas as suas cordas de ancoragem já cortadas, na vizinhança do local.
Manutenção das formações de barreiras
Uma vez que a formação de barreiras tenha sido devidamente lançada, é importante que seja feita sua manutenção regularmente.
Os movimentos contínuos gerado pelo movimento das correntes e dos ventos podem resultar em desgaste e fadiga dos que compõem as barreiras e os sistemas de ancoragem. Onde existem fortes correntes, o arraste das âncoras é sempre um problema a ser observado pelos operadores.
Este desgaste pode significar na remoção de sua posição ideal, podendo danificar ou até mesmo destruir totalmente o equipamento.
A seguir algumas observações importantes que devem ser examinadas regularmente, assegurando que as formações permaneçam intactas e continuem operando de forma eficiente.
a. Quanto ao uso e o desgaste das barreiras
Checagem regular para constatar possíveis danos a:
I. Compartimentos flutuantes, válvulas e tampas de válvulas.
II. Juntas da barreira
III. Acoplamentos de contrapesos
IV. Pontos de ancoragem
V. Seções que estejam expostas a altas velocidades de corrente
b. Quanto ao desgaste das âncoras
Onde possível, todos os cabos das âncoras devem ser verificados quanto ao desgaste excessivo e possíveis danos ocasionais. O posicionamento das âncoras deve ser verificado e as correções sempre que necessário devem ser realizadas, caso ocorram irregularidades no posicionamento da formação.
c. Quanto à intensidade das Correntes
Operadores deverão estar atentos sobre as mudanças na velocidade das correntes e na direção, o que pode resultar na total ineficiência da formação ou na perda do produto vazado retido na mesma.
d. Quanto a resíduos flutuantes
Sempre que possível, verificar a existência de resíduos flutuantes que possam causar danos às barreiras, devendo ser removidos para não ocasionar ruptura no tecido da barreira ou impedir o recolhimento.

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Cesar Costa
Consultor de Estratégia de Resposta a Riscos Ambientais
Fone de Contato: (71) 99909-7585
Email: costacesar@globo.com


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