terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

SEGURANÇA NO ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS – PARTE I


 O atendimento a emergências decorrentes de um vazamento de petróleo, ou mesmo outros produtos perigosos, pode ocasionar problemas de saúde e segurança. Além dos riscos associados às propriedades físico-químicas ou toxicológicas, outros aspectos, como riscos causados pela eletricidade estática, fadiga por calor, exposição ao frio, defeito de equipamentos etc, também podem causar efeitos adversos aos colaboradores envolvidos.

Garantir a segurança de todos envolvidos é responsabilidade tanto dos responsáveis pelas operações a serem executadas, quanto também dos colaboradores das operações. Estes artigos visam tratar sobre condições de trabalho seguras durante as operações de resposta e quais as medidas que podem ser tomadas para evitar que as tarefas não sejam executadas de maneira segura. Durante o atendimento a uma emergência devem ser tomadas decisões rápidas e a resposta tem que ser executada no menor tempo possível, estas ações nunca podem negligenciar os aspectos de segurança necessários.

BRIEFING DE SEGURANÇA

Antes de iniciar as atividades, todos os dias deve ser realizado o briefing de segurança de forma a manter os membros das equipes conscientes de suas competências e o preparo no uso dos equipamentos e renovar o conhecimento das normas de segurança.

Durante o briefing inicial, os colaboradores devem ser orientados a relatar quaisquer sintomas que possam estar associados ao atendimento, sendo informados sobre quais medidas devem ser adotadas de comunicação, quem deve ser contactado, postos médicos próximos, ações em caso de envenenamento, locais com ambulâncias e meios de locomoção disponíveis. Como parte de um programa abrangente de segurança e saúde, deve haver um sistema para relatar sintomas, quase acidentes, lesões e doenças. Esses relatos devem ser analisados para avaliar tendências em tempo real para que ações possam ser tomadas para evitar que incidentes semelhantes aconteçam novamente.

O briefing de segurança deve, no mínimo, conter:

·        Informações quanto ao uso dos equipamentos de proteção individual, por exemplo, aparelhos de proteção respiratória, roupas específicas de proteção, etc;

·        Técnicas de segurança, condições do local da ocorrência e procedimentos operacionais padrões;

·        Reconhecimento e avaliação dos perigos identificados ou possíveis de ocorrer;

·        Plano de segurança adotado na área; e

·        Forma de monitoração ambiental a ser adotada.

Se possível, o briefing deve ser tão prático e resumido e incluir informes das tarefas e do manuseio de equipamentos a serem adotados no atendimento.

EXPOSIÇÃO AOS RISCOS DOS PRODUTOS DURANTE O ATENDIMENTO

Ocasionalmente pequenos problemas de saúde podem ocorrer no manuseio de diferentes produtos, sejam eles oriundos do derrame ou decorrente das medidas de resposta adotadas. Seja uma irritação na pele ou mesmo possíveis dermatites, geralmente são decorrentes de inalação ou absorção através da pele. Precauções devem ser tomadas quanto aos produtos vazados ou de limpeza adotados. Normalmente esses produtos necessitam de equipamentos de proteção que diminuam o contato com a pele ou a exposição ao vapor.

Devido à natureza das tarefas de emergências envolvendo petróleo ou outros produtos perigosos, o potencial de exposição a essas substâncias pode ter um efeito adverso a alguns colaboradores, tornando-se essencial que seja mantido o registro atualizado em fichas ou documento próprio as informações para essa finalidade.

Como parte do das instruções de segurança, os líderes de equipes devem ser instruídos sobre sinais e sintomas que podem indicar o potencial de exposição a produtos perigosos pelos colaboradores. Alguns sinais que podem ser observados da exposição excessiva ao petróleo ou dispersantes geralmente são os seguintes:

·        mudança na cor natural da pele ou descoloração;

·        mudança no comportamento;

·        salivação excessiva;

·        reação da pupila;

·        mudança no padrão verbal;

·        dificuldades na respiração;

·        dificuldades ou falta de coordenação motora;

·        tosse.

Cabem aos colaboradores informar sobre os sintomas que possam sentir como por exemplo:

·        dor de cabeça;

·        dor de estômago;

·        tontura;

·        visão embaraçada;

·        câimbras;

·        irritação dos olhos, pele ou aparelho respiratório;

·        mudanças de comportamento;

·        tosse ou falta de ar.

Os colaboradores têm que tomar providências durante a resposta, utilizando os EPIs necessários, principalmente nas primeiras horas devido ao contato com os produtos ainda frescos durante esta fase da resposta. Como no início não há o conhecimento do estado do produto vazado e as condições do local, o ideal é que estejam equipados com todos os EPIs para que sejam selecionados os necessários neste primeiro momento.

Na parte II, trataremos dos riscos dos colaboradores a exposição ao estresse térmico durante o atendimento a emergência.

 

Cesar Costa

 

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Cesar Costa

Especialista em Estratégia de Resposta

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